sábado, 21 de fevereiro de 2009

Impacto das tic na sociedade



Nem sempre temos olhado para nós e para o mundo da mesma maneira. Houve tempos em que
a Terra era o centro do Universo e o Homem o rei da Criação. Hoje, essas duas concepções
carecem de validade: a Terra não é centro a não ser de si mesma, agora que sabemos que ocupa
uma espécie de subúrbio da galáxia a que pertence a sua estrela; e a Humanidade começa a
compreender o fenómeno da sua emersão do caldo de cultura original, e da sua diferenciação
dos outros seres com que partilha o planeta. Em ambos os casos, devem-se à evolução da
ciência e da tecnologia os utensílios conceptuais e as ferramentas que nos habilitam a entender
de uma maneira diferente a nossa situação no Universo e o nosso papel entre as espécies.
A passagem de uma ideia da Terra como centro do Universo a uma visão heliocêntrica consistiu
numa metamorfose das concepções vigentes, numa ruptura com o passado, numa revolução no
modo de organizar o pensamento. Metamorfose, ruptura, revolução, são, em conjunto,
sinónimas de mudança de paradigma, aquilo que provoca a reorganização de todo o sistema de
pensamento anterior, neste caso sobre o destino do Homem. A um nível talvez não tão
dramático como esse, mas consistindo igualmente numa mudança de paradigma, poder-se-ia
considerar a alteração do processo de difusão cultural antes e depois de Gutenberg ter inventado
a imprensa. Até Gutenberg, a reprodução de livros, além de difícil, lenta e dispendiosa, estava
nas mãos de instituições que, de alguma maneira, zelavam por uma qualquer espécie de
ortodoxia. Com o advento da imprensa, os livros passaram, de repente, a ser portáteis,
facilmente reproduzidos e ainda mais facilmente disseminados fora de qualquer espécie de
vigilância sufocante. Foi mais um novo salto qualitativo que a Humanidade encetou.
E, agora, são as tecnologias de informação e comunicação, a aldeia global, a Internet. Os nossos
dias assistem ao desenrolar de um conjunto de fenómenos que nos habilitam a assistir, em
tempo real, à mudança na nossa maneira de nos representarmos e de representarmos as nossas
instituições mais importantes e arreigadas, incluindo a escola.

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